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Por Renã
Leite Pontes
Belíssima
avezinha alma-do-prado.
muitos
poemas por ti sepultei
no campo da
esperança do empregado
tripudiado
por um falso rei.
Por nosso
amor a Deus e a boa Lei,
com
sacrifícios ante a covardia,
pelas
virtudes eu nos condenei
à pena
capital naquele dia.
Mas, fênix
das cinzas renascida,
depois que
foste de morte ferida
e em cinzas
de carbono transmutada
Soubeste do
tributo que o favor
reclama...
um voto em desagravo à dor
da ferida na
calma da escalada.
O SUSTO
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Por Renã Leite Pontes
Eu gostaria
de dar ao público uma poesia realística e bonita...
Nos primórdios da vida, eu cria que os
poemas vinham das montanhas:
As vozes dos ventos furiosos que desciam das
Cordilheiras dos Andes duelando em dias de tempestade,
O primeiro
poema humano que avistei foi de Augusto.
Quem sabe
devido ao susto que tomei quando li seus versos pela primeira vez,
Tornei-me
um poeta:
Ele dizia
que era uma sombra, igual a mim, que vinha de outras eras, que nem eu,
Do
cosmopolitismo das moneras e que era um verme, do jeitinho que eu me sentia:
Um vírus em
um planeta de luxo!
O fato é
que, pelo poema - sem saber como - desejei ardentemente deixar de ser verme.
Foi aí que
me dei conta de que a poesia transforma vidas.
Muitos anos
se passaram. Represei poesia, mas escrevi poemas que viraram livros.
Até que
conheci Terezinka Pereira, uma brasileira que mora bem longe:
Mostrou-me,
um copo de vidro translúcido, em forma de poema,
Meio de
água cristalina, em forma de letras. Pura poesia realística e transparente,
Imaculada e
a salvo do alcance da corrupção da forma e do estilo.
Seu
vaso-poema traduziu-me a maldade da guerra e a sede da paz; a necessidade da
esperança e o desejo do belo.
Eu não
sabia que era possível escrever assim com tamanha realidade
Para mim, a
poesia servia para negar a realidade e não para retratá-la:
Meu poema,
querida, é meu ópio à vida...
E o segundo
susto tomei depois que me assustou o Augusto.
Eu pensava,
também, que a poesia só assustava a gente, uma vez.
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