quarta-feira, 28 de março de 2012

AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA PARA O ENSINO MÉDIO

A educação física hodierna, ou (ao menos) de terceira geração, não admite mais a sua simples contemplação dissociada da merecida valorização, nem o agravante do aluno dirigir-se à sala de aula de educação física (quadra) - apenas para não ser reprovado - e ficar  de lado, divorciado da real possibilidade de encontrar no programa escolar, seja qual for a sua necessidade ou particularidade: deficiência auditiva, obesidade, etc, uma atividade corporal possível de adaptar-se as suas necessidades de  educando e cidadão moderno. Toda forma de educação física escolar que não for por este caminho diversificado e inclusivo, nos parece estanque e empírica, desmerecendo, deste modo, a integral consideração e  respeito de qualquer comunidade beneficiária desta luminosa manifestação científica e cultural.

De maneira geral, e isto vai ser mais bem esclarecido nas linhas abaixo, os alunos APÓS ESCALAREM OS NOVE DEGRAUS DA EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL – por diversos motivos históricos – infelizmente, adentram as portas do ensino médio, mal conhecendo OS ASPECTOS COMPETITIVOS da modalidade de FUTEBOL DE SALÃO (FUTSAL). A maioria dos alunos têm ainda noções fragmentadas das demais modalidades: voleibol, basquete, handebol, futevôlei, dança... e matriculam-se no ensino médio, albergando a esperança de receberem nesta nova etapa, a parte da educação física que lhes faltou no ensino fundamental. Esperam ainda, conhecerem um pouco mais dos aspectos biológicos, técnicos e biomecânicos que fundamentam a educação física. Área do saber tão AMPLAMENTE DIFUNDIDA, MAS POUCO ESCLARECIDA.
Normalmente, a partir da realidade supramencionada, muitos professores adotam a estratégia metodologica DAS AULAS POR TURMAS. Ocorre que, em qualquer sala de aula, de qualquer turma, haverá naturalmente um “nicho” de alunos interessados em praticar voleibol - a exemplo. Já um outro grupo, da mesma turma, prefere praticar basquete e aquele outro, handebol. Deste modo, sobra ao professor a opção de propor uma determinada modalidade para qualquer aula, prometendo trocar a modalidade na aula vindoura. Por mais que o professor consiga gerenciar bem estes conflitos, estará sempre - aula após aula - desagradando a maioria da turma, inclusive aquele grupo, que “hoje” pratica, sem motivação, uma modalidade, sob a justificativa de que já têve a oportunidade de reger a escolha da modalidade da aula anterior.
A nossa proposta institucional para minimizar a presente problemática é:
Oferecer aos alunos, enquanto estratégia pedagógica, a oportunidade de praticarem todas as modalidades elencadas  no presente documento, durante quatro semanas, a fim de que os mesmos possam escolher, “a posteriori”, com mais compreensão, a modalidade que gostariam de praticar durante o ano, o que aqui denominamos: SISTEMA DE ENTURMAÇÃO POR MOTIVAÇÃO.
Oferecer aos nossos beneficiários da educação física, um atendimento particularizado e carregado de significantes, objetivando a integração e a inclusão da comunidade escolar na cultura esportiva.
Conscientizar os alunos da sua condição prévia e procurar inseri-los em uma PRÁTICA DE EDUCAÇÃO FÍSICA DE  TERCEIRA GERAÇÃO, no mínimo.
Oferecer aos alunos a opção de praticarem uma atividade satisfatoriamente ministrada, corrigindo a problemática que impões aos alunos o dilema de praticarem uma atividade com a qual não guardaam motivação ou aptidão.

SITUAÇÃO DIAGNOSTICÁVEL E PROPOSTAS

Voleibol 
Situação diagnosticada -
A  escola não tem uma equipe formada e organizada. Alguns alunos têm motivação e biótipo adequado, mas não dominam os fundamentos da modalidade.
Proposta institucional -
Oferecer aos alunos uma atividade que exija dos participantes um determinado padrão de habilidade, coordenação motora, equilíbrio, flexibilidade, agilidade e força explosiva de ombros e membros inferiores.  O voleibol é um jogo muito prazeroso, além de excelente exercício físico cardiovascular e aeróbico.
Por questões óbvias, as equipes devem ser divididas por gênero.


Futevôlei 
Situação diagnosticada
É uma modalidade não praticada na escola, talvez pela dificuldade imposta a sua prática aérea: noção precisa de orientação espaço - temporal, boa técnica no cabeceio, tranquilidade nas ações, excelente fundamento de recepção (com a coxa, peito e dorso do pé) e domínio de bola, além da precisão nos passes aéreos, executados com a parte dorsal do pé, no ato de devolver a bola à quadra adversária ou durante a realização dos três toques impostos pela regra.
Proposta institucional
Oferecer uma atividade que oportunize aos alunos o desenvolvimento de uma importante gama de habilidades, desenvolvendo o senso de equipe, além de um apurado nível técnico e tático.

FUTSAL
Situação diagnosticada
Devido a perda da oportunidade de praticar educação física orientada nas séries iniciais dos regimes escolares,  pela  “economia” do profissional de educação física na educação infantil, seguida das quatro séries iniciais do ensino fundamental, na maioria dos casos, o praticante desta modalidade, ao olho especializado, demonstra sinais de INDISCIPLINA (pela ausência de uma ética desportiva), falta de equilíbrio psicológico, falta de força rápida, rigidez muscular e articular, pouca coordenação motora, hipotonia, falta de familiarização com as regras atualizadas e demais nomenclatura desportiva, etc.
Trata-se de uma modalidade altamente competitiva e de prática popular. Por ser tradicionalmente executada em qualquer lugar nos bairros, “campinhos”, ambientes domésticos, etc; muitas vezes até com uma bola artesanal, esta modalidade converteu-se no “carro-chefe” das aulas de educação física nas escolas. De prática corriqueira, nela, os alunos mais habilidosos e competitivos (ratificando uma prática exclusiva), repetem o que já sabem, distantes do “fair play” (jogo limpo), objetivando cotidianamente o padrão da vitória espetacular, conseguida a qualquer custo, inclusive ao preço do desrespeito a si e aos outros, com lucro do “mando de campo”.
Subjugada por esta ótica e prática, a possibilidade do praticante dispor-se a enfrentar novos desafios é naturalmente  desconsiderada -, quebrando o elo da “zona de desenvolvimento proximal” (o desafio possível), tão bem esclarecido pelo teórico russo Lev Semenovitch Vygotsky – com prejuízo da compreensão e apropriação da verdadeira educação física, enquanto ciência, por e para todos.
A modalidade em pauta, quando realizadas em uma quadra não oficial (o nosso caso) -  que tem seus anteparos laterais e finais erguidos em local impróprio, nossas práticas de FUTSAL, convertem-se em palcos de conflitos, com risco permanente de acidente,  quedas e equimoses.
Proposta institucional
Oportunizar a apropriação da ética desportiva, com respeito às próprias diferenças e limites.
Conscientizar para a experimentação de movimentos novos, MAIS ALÉM DA MERA REPETIÇÃO DO QUE JÁ SE SABE, inclusive aprendendo a usar os dois lados do corpo de forma autônoma, chutar, passar e recepcionar com ambos os pés.
Oferecer aos alunos uma prática esportiva baseada na TÁTICA E TÉCNICA, com compreensão e domínio dos fundamentos da modalidade, perseguindo princípios pedagógicos concretos, propondo  uma NOVA  PEDAGOGIA PARA O ENSINO DO FUTSAL na escola.
Alertar as meninas para os cuidados que as mesmas devem dispensar ao praticarem esta modalidade.
Orientar para a prática esportiva, pactuando os limites da ética e do respeito, promovendo e rejeitando todas as formas e manifestações da injustiça - não aceitando-a para si e nem para os demais.

Basquetebol
(Vamos encestar esta ideia)
Situação diagnosticada:
A escola já teve uma equipe mista organizada e motivada. Os alunos que chegam à escola, apenas têm noção dos fundamentos da modalidade, que praticam sob técnica insatisfatória.
Proposta institucional: oferecer uma atividade que exija dos participantes um alto padrão de habilidade, coordenação motora, domínio de bola e boa visão de jogo, liderança, capacidade em lidar com situações de raciocínio rápido e força explosiva de pernas.
Desenvolver no praticante uma melhora rápida da velocidade, resistência aeróbica, melhora da forma física e pontaria.
O basquete já não necessita tanto da divisão por gênero. Embora seja uma modalidade mais indicada para pessoas altas, é um esporte que desprende uma generosa margem inclusiva.

Dança de Salão
Situação diagnosticada
A escola já teve um grupo de dança de salão, que inclusive, se apresentou na Gincana Cultural 2011, com bastante repercussão positiva em toda a comunidade escolar.
É grande o contingente de alunas e alunos que têm interesse em praticar a modalidade na escola, enquanto oportunidade, uma vez que se trata de uma atividade historicamente praticada pelas elites brasileiras, devido à carência de profissional especializado na modalidade, além da falta de espaço físico adequado (que deveria ter espelhos), material de som e músicas específicas para cada aula. Vale ressaltar aqui, o elevado preço das mensalidades que as agremiações empresariais (escolas de dança) cobram dos adeptos da dança de salão.
Proposta institucional  (Um novo ritmo para a motivação escolar).
Fomentar a prática sistemática da dança de salão na escola, considerando seus significantes  como elementos essenciais para a formação integral do aluno.
Refletir sobre o significado educativo, técnica, expressão corporal e beleza, mas danças.
Incentivar a “criação” do “senso de pertinência à escola e a sua comunidade escolar”, buscando suprir, inclusive, algumas “traumas”  de origem subconscientes, diretamente  relacionados à perda da infância, pela ausência do rítmico e do lúdico na idade apropriada.
Oportunizar aos alunos o acesso ao legado histórico-cultural das músicas, estilos e danças, trazendo para a realidade escolar a essência destes conhecimentos, através do desenvolvimento de um trabalho mais aprofundado e sistemático, mais além da simples caracterização da dança na escola através de apresentações coreográficas de caráter festivo.
Desenvolver e educar o corpo para assumir a POSTURA IDEAL, de acordo com o biótipo e particularidades de cada um, desenvolvendo a coordenação motora, a força, o equilíbrio, a expressão corporal, a resistência aos giros e nuances de posição, etc.
Oferecer uma atividade que eleve os níveis de DOMÍNIO DO CORPO dos praticantes para próximo dos níveis de excelência, oportunizando a cultura musical, a compreensão do ritmo, dos estilos, etc -,contribuindo para a MELHORA DA AUTOIMAGEM, da capacidade de socialização e superação de  desafios cognitivos, ligados, direta ou indiretamente ao movimento humano.


Atividades Orientadas: Ginástica e Caminhada 
Situação diagnosticada
Há não muito tempo nas comunidades, andava-se para se ir trabalhar, a maioria das atividades do trabalho, eram físicas. O advento da tecnologia modificou sobremaneira nossos costumes sociais e hábitos alimentares: os hormônios nas carnes, os pesticidas nas lavouras, os fertilizantes nos frutos e até os alimentos transgênicos, já são um agravante tangível e cada vez mais presente no nosso cotidiano moderno.
É cada vez mais marcante o número de jovens com problemas de indisposição, má postura,  distúrbios endócrinos e obesidade. No caso dos educandos que apresentam uma grau mais acentuado de fraqueza muscular,  é notório  que os mesmos serão preteridos do mercado de trabalho exercido nos regimes de polícia civil, federal e militar, uma vez que os concursos para ingresso nestas carreiras trazem nos respectivos editais: testes físicos relativamente fortes de força de tração, saltos de dificuldade média e demais atividades de esforço aeróbico também mediano, exigindo do examinando a exebição de habilidades coordenativas, de relativa força muscular de membros inferiores e superiores,etc, para demonstrar saúde orgânica.
É lógico que o fato de um jovem se sentir fraco e impotencial candidato a qualquer atividade profissional desencadeia no mesmo, um processo psicológico de baixa autoestima e sentimento de inferioridade, o que pode levá-lo ao trauma e  desistência de tarefas possíveis, no presente e futuro.
Proposta institucional
Oferecer aos alunos a orientação alimentar e demais conhecimentos  biológicos, para que a OBESIDADE NÃO ATINJA valores extremos.
Oferecer aos alunos a conscientização e os mecanismos efetivos para que a FRAQUEZA MUSCULAR (E O SEDENTARIMO) NÃO ATINJA valores extremos.
Preparar física e psicologicamente os alunos para se tornarem potencialmente APTOS em qualquer TESTE FÍSICO ADMISSIONAL.
Oportunizar ao educando o acesso a conhecimentos que lhe permitirá sobrepor-se ao próprio  patrimônio genético (se for o caso), e também, ao próprio ambiente socioeconômico, prevenindo doenças futuras como: hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, progressão do LDL (colesterol mau) no organismo, distúrbios associados ao metabolismo da insulina, câncer, osteoartrites, distúrbios menstruais, problemas relacionados ao sono, etc,- através da atividade física sistemática, praticada com promoção e orientada a partir da escola.